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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Biografia de Bezerra de Menezes

Natural da província do Ceará, nasce no Riacho do Sangue, em 29 de agosto de 1831. Filho do capitão de antigas milícias e tenente-coronel da Guarda Nacional, Antonio Bezerra de Menezes, e de Fabiana de Jesus Maria Cavalcanti de Albuquerque. Veio para o Rio de Janeiro, em 1851, com vinte anos de idade, após desastre financeiro sofrido por seu pai, tendo o bolso vazio, mas ardente em desejo de se formar em medicina.

Bezerra de Menezes se formando em medicina se intensificava suas tarefas como médico humanista, efetivando notável trabalho de socorro a enfermos indigentes, a pessoas que não tinham recursos para se tratar. Também merece citação o conceito da profissão de médico, contida no livro Lindos Casos de Bezerra de Menezes (Ramiro Gama):

"O médico verdadeiro é isto: não tem o direito de acabar a refeição, de escolher a hora, de inquirir se é longe ou perto... O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado e achar-se fatigado ou por ser alta à noite, mau o caminho e o tempo, ficar perto ou longe do morro; o que sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro - esse não é médico, é negociante da medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura."

Por tudo isso, Bezerra de Menezes se tornou conhecido como "Médico dos Pobres".

Ingressando na política começando em 1860 como vereador, chegando em 1867 a deputado; em 1878 a líder do Partido Liberal e, por último, de 1878 a 1880, a presidente da Câmara Municipal.

Afastou-se da política. Recebe do amigo, professor Joaquim Carlos Travassos, primeiro tradutor de O Livro dos Espíritos, um exemplar da obra, que despertou grande interesse confessando: "Não encontrei nada que fosse estranho para o meu espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!..."

Em 16 de agosto de 1886 declara, publicamente, a sua adesão ao Espiritismo e se filia à Federação Espírita Brasileira. Pouco tempo depois, objetivando propiciar divulgação à Doutrina e, ainda, para não deixar sem resposta os constantes ataques ao Espiritismo, passou a escrever artigos no jornal O País, utilizando o pseudônimo de Max. Foram eles publicados de setembro de 1887 a dezembro de 1894, reunidos em três volumes e editados sob o título de "Estudos Filosóficos."

Em 1895, eclodiu séria crise na Federação Espírita Brasileira, entre "os científicos" e os "místicos", tendo sido Bezerra de Menezes convocado para o trabalho missionário de harmonização, dispondo de ampla liberdade para introduzir profunda reformulação no Espiritismo brasileiro, de modo a enquadrá-lo como o verdadeiro Consolador.

Bezerra de Menezes encerrou suas atividades terrestres em 11 de abril de 1900. Não cessaram, entretanto suas atividades evangélicas, uma vez que na Pátria Espiritual ele nos continua amando e servindo:

• Recomendando, com insistência, a união dos adeptos da Doutrina, todos subordinados ao regime do amor ao próximo.
• Estimulando o fortalecimento de obras assistenciais, pela contribuição generosa de alimentos, remédios e agasalhos, num trabalho de solidariedade humana;
• Concitando os espíritas ao estudo metódico da Doutrina e do Evangelho, não só no recinto das sociedades organizadas, como também em grupamentos familiares;
• Assistindo enfermos, esforçando-se por ampará-los com amoroso receituário e valiosa orientação, utilizando-se de médiuns evangelizados;
• Orientando, na qualidade de patrono, centenas de sociedades espíritas que se espalham pelo Brasil e pelo mundo, ostentando seu amorável nome.
• Auxiliando os divulgadores da Doutrina e do Evangelho; os médiuns devotados a Jesus, para que a palavra proferida seja luz e, através do lápis, seja consolação; os que manipulam passes; os que integram caravanas socorristas, os que se encarregam dos serviços de evangelização da criança e do jovem.


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